terça-feira, 24 de junho de 2008

Nota

Aos poucos leitores desse Blog.
Não, eu não esqueci isso aqui. O que acontece é que o final de período tá matando. Matérias e matérias pra entregar, trabalhos para apresentar, sem falar na pressão que é correr atrás de notas perdidas pelo período. Além disso, meu time está prestes a disputar uma final de libertadores da América, não há como se concentrar. Não consigo ler nada, escrever nada, ouvir nada e por isso não posto aqui. Brevemente estarei de volta.
Paciência...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Francis e Antônio



Falar de Frank Sinatra e Tom Jobim pode ser mais fácil do que se parece. Basta imaginar uma coisa: Qual será o resultado da junção entre aquele que é considerado o maior cantor do século 20 com aquele que é considerado um dos maiores músicos da música popular brasileira e, por que não, da música mundial?
É lógico que não pode ser menos que extraordinário. Basta olhar o talento e a história desses dois ícones da música que você não terá dúvidas. E este encontro aconteceu. Depois do enorme sucesso que a Bossa Nova fez no decorrer dos anos 60, inclusive tomando conta da terra do Tio Sam, Tom Jobim começou a ter projeção entre os principais músicos da época. É claro, o maestro da nossa música popular merecia todo o reconhecimento. Basta ouvir e perceber a enorme riqueza musical em suas composições. Melodias impressionantes com harmonias que vão muito além dos acordes dissonantes. Mas, deixando o papo de músico pra lá. Diz a história que Tom estava num bar em Ipanema, o mesmo bar que ele e Vinícius costumavam observar aquela famosa garota que passavam linda e cheia de graça a caminho do mar, quando derrepente o telefone tocou, e era uma ligação para Tom. Do outro lado da linha ninguém mais do que Frank Sinatra, o chamado “The Voice” - perfeito apelido, dizia a Tom que queria gravar um disco com canções feitas pelo próprio Antônio Brasileiro. A resposta de Tom Jobim foi imediata. Logicamente, não havia de recusar tal convite. O encontro entre os dois rendeu um disco, chamado de Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, lançado em 1967. O disco traz dez canções, sendo que sete são de Tom Jobim. As interpretações de Sinatra ficaram excelentes, logicamente, e apesar da presença dele, você vê a Bossa Nova presente no disco. E não teria que ser diferente. As músicas foram passadas para o idioma norte americano. O clássico The Girl From Ipanema (Garota de Ipanema), composição de Tom e Vinícius, teve a letra reescrita por Norman Gimbel e foi lançada no disco Getz/Gilberto, interpretada inicialmente por Astrud Gilberto e João Gilberto em 1963. Corcovado virou Quiet Night of Quiet Stars, a música Inútil Paisagem virou If You Never Come to Me e a música Insensatez virou How Insensitive. De todas as músicas, a minha favorita é a belíssima Dindi. Não tenho como explicar aqui a beleza dessa música, e até me arrisco a dizer que prefiro a versão em inglês. Heresias à parte, durante a gravação do disco músicas além das que foram lançadas no álbum de 67 foram gravadas. Com exemplo dos Clássicos Off Key (Desafinado), Drinking Water (Água de Beber), One Note Samba (Samba de Uma Nota Só), Triste, Wave e outras mais. Em 1979 saiu aqui no Brasil uma edição especial com todas as gravações, inclusive mais duas que nunca saíram em discos anteriores. São as faixas Bonita, escrita por Jobim, e Sabiá, parceria de Chico Buarque e Tom Jobim que ganhou o Festival Internacional da Canção (FIC), em 1968.
Esse encontro rendeu uma participação em um programa no horário nobre da televisão dos EUA, que segundo a lenda, não houve ensaio para a apresentação. Graças a WEB, é possível assistir esse momento. Frank Sinatra e Tom Jobim cantando The Girl From Ipanema. Tom com seu jeitinho brasileiro, sentado no banquinho com seu violão e sua perna cruzada. Reparem bem na maneira como Sinatra interpreta a canção, olhando a letra escrita no chão do estúdio, com o seu cigarrinho na mão e seu jeito inconfundível de cantar.