sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Jards Macalé (1972)

Há tempos venho querendo escrever sobre Jards Macalé, grande músico e compositor, que acompanhou de perto o Tropicalismo, principalmente junto a Caetano Veloso e Gal Costa, produzindo e arranjando álbuns dos dois artistas. Jards participou da produção e nos arranjos de um dos melhores disco do Caetano, o Transa, de 1972, onde, a pedidos de Caetano, Macalé foi até Londres, na época do exílio do compositor baiano, para acompanha-lo na composição do disco. Além do Transa, Jards Macalé também ajudou nos arranjos do álbum LeGal, da Gal Costa, de 1970, além de ter produzido o show da intéprete baiana intitulado Meu Nome é Gal.

Cheguei até Jards Macalé através de um amigo, há alguns anos atrás, quando ele me recomendou ouvir o primeiro álbum de Macalé, intitulados Jards Macalé, de 1972.


A primeira coisa que percebi no álbum foi a proximidade com a sonoridade do Transa, de Caetano Veloso. Um violão Folk, acompanhado de uma bateria e um baixo. Uma banda compacta e crua, além de fazer uma mesclagem entre o Rock, Samba, Bossa Nova, faz com que o disco não tenha um conceito definitivo.

Farinha do Desprezo abre o disco, mostrando a característica Folk a qual me referi anteriormente, misturado com um Samba-Jazz. A segunda faixa é Vapor Barato, cantada de uma forma estranha, transmitindo um sentimento de sofrimento.

Destaco a música Mal Secreto, a minha favorita do álbum, e que ficou perfeita na interpretação da Gal Costa no álbum Fa-tal. Faixa que traz uma melancolia característica de Jards Macalé. Além de Mal Secreto, tem a clássica Let’s Play That, que traz a famosa frase do poeta tropicalista Torquato Neto, que diz: "vai, bicho, desafiar o coro dos contentes".

Apesar de ser pouco conhecido entre a maioria das pessoas, Jards é um cara de primeira linha da MPB, que ao lado de artistas como Sérgio Sampaio, Belchior e outros, faz parte do chamado grupo dos malditos da MPB. Vale a pena conferir o disco de 1972 e, com certeza, o resto da obra de Jards.

Fui!